Aparentemente, o mundo inteiro está em casa, durante as próximas duas semanas (pelo menos!). E, por isso, estamos todos a ter alguma dificuldade em ser suficientemente criativos para termos o que fazer, todos os dias. Felizmente, há sempre uma coisa capaz de nos resgatar do tédio: o Cinema!
Sim, sim, é a oportunidade perfeita para aqueles filmes que nunca tivemos tempo (ou disposição) para ver. Dos grandes clássicos de Hollywood aos mais recentes, dos musicais aos thrillers, estes são alguns dos meus filmes favoritos.
- Breakfast at Tiffany’s (1961)
Audrey Hepburn é a encantadora Holly Golightly, a alma da festa à procura de alguém adoravelmente rico para casar. Porém, a sua vida começa a mudar quando conhece o escritor Paul Varjak. Entre a ambição e a inocência, este clássico está repleto de cenas icónicas, vestidos eternos (obrigada, Givenchy!) e canções incríveis (“Moon River” é o exemplo perfeito).
- Call me by your name (2017)
Adaptado a partir do livro com o mesmo nome de André Aciman, este filme é umas das mais bonitas histórias de amor da última década. Estamos em 1983, no Norte de Itália, e Elio, um prodígio de dezassete anos, apaixona-se por Oliver, o assistente académico do seu Pai. Se o excelente argumento e a banda-sonora original não fossem razões suficientes para começar já a procurar este filme na Netflix, ainda temos Timothée Chalamet como Elio. Demasiado bom para ser real.
- Funny Face (1957)
Mais um clássico da Audrey, eu sei… Mas, em “Funny Face”, ela está acompanhada pelo Mr. Fred Astaire! Como poderia deixá-lo de fora? Então, a maior parte do filme passa-se em Paris, onde um conhecido fotógrafo de moda tenta, a todo o custo, tornar em capa de revista uma rapariga que trabalhava numa livraria. É divertido, leve e faz-nos querer saltar do sofá e dançar pelas ruas de Paris, como qualquer bom musical da Era Dourada de Hollywood faria.
- Funny Girl (1968)
Atenção: é outro musical. Neste caso, trata-se da vida de Fanny Brice, uma atriz e comediante do início do século XX. A magnífica Barbra Streisand é Fanny e a banda-sonora é só in-crí-vel! Faz-nos chorar, faz-nos rir e faz-nos desejar ter vivido quando Ziegfeld era dono de um teatro.
- Gentlemen Prefer Blondes (1953)
Este clássico é famoso pela cena mais icónica de sempre de Marilyn Monroe: usando O vestido cor-de-rosa e a cantar “Diamonds are a Girl’s Best Friends”. É uma comédia romântica musical, onde Dorothy Shaw, interpretada por Jane Russel, e Lorelei Lee, a querida Marylin, são duas coristas à procura de amor (ou de diamantes, no caso de Lorelei). É o final (ou início) perfeito para um dia de ronha no sofá!
- Joker (2019)
Não sendo, de todo, uma fã de banda-desenhada ou de filmes de super-heróis, posso dizer que este “Joker” é uma verdadeira obra de arte. Ainda que não conheças (e não queiras conhecer) nada sobre o Batman, vale a pena conhecer a história de Arthur Fleck. Num mundo violento e indiferente, uma mente especial e potencialmente perigosa começa uma rebelião. É perturbador e, por vezes, difícil de digerir. Mas Joaquin Phoenix está perfeito. Assim como a banda-sonora e a fotografia.
- La Vita è Bella (1997)
Bem, tendo em conta que estou a tentar mergulhar na cultura italiana, talvez faça sentido incluir, nesta lista, o primeiro filme italiano que vi. Apesar de ter a certeza, agora, que não entendi exactamente tudo o que retrata (porque era uma criança, na realidade), chorei tanto que nunca mais tive coragem de o ver outra vez. Ainda assim, é uma história incrível e bastante inspiradora: durante a Segunda Guerra Mundial, o judeu Guido e o seu filho são levados para um campo de concentração Nazi. Contudo, mesmo vivendo um pesadelo, Guido consegue proteger o seu filho, fazendo-o acreditar que tudo não passa de uma brincadeira. Bastante adequado para estes tempos que vivemos, han?
- Little Women (2019)
A história das irmãs March não é nova e, também, não é a primeira vez que o romance de Louisa May Alcott é adaptado ao cinema. Trata-se, em linhas gerais, de uma reflexão acerca do papel da Mulher na sociedade, das relações familiares, do amor e das várias escolhas que fazemos ao longo da vida. E, neste caso particular, é acompanhada por interpretações incríveis e um argumento genial. Perfeito para um serão em família!
- Mary Poppins (1964)
Londres, 1910. O Pai de duas crianças procura uma baby-sitter. Porém, ele não estava à espera que ela chegasse com o vento, num guarda-chuva voador. Com um argumento simples e a combinação de pessoas reais com desenhos animados, um conceito bastante inovador na época, “Mary Poppins” é uma pérola. Julie Andrews e Dick Van Dyke conduzem-nos numa viagem inesquecível. Praticamente perfeita em todos os sentidos.
- Mommy (2014)
Escrito e realizado por Xavier Dolan, “Mommy” é um drama bastante realista, de uma Mãe que luta para conseguir controlar o seu muito indisciplinado filho. É um filme intenso, emocional e poderoso, mas que vale cada segundo do nosso tempo.
- Moulin Rouge! (2001)
Não sei exatamente quantas vezes já vi o “Moulin Rouge!”, mas o facto de saber (quase) todas as falas de cor deve deixar-vos com uma ideia. Este universo de Baz Luhrmann é cativante, hipnotizante e totalmente diferente de tudo o resto. Em 1900, um jovem poeta inglês viaja até aos subúrbios de Paris, onde se encontra o boémio e decadente bairro de Montmartre. Acaba por se apaixonar pela estrela do Moulin Rouge, Satine, brilhantemente interpretada por Nicole Kidman. A banda-sonora foi composta a partir de medleys e versões de canções pop/rock e, ainda por cima, somos brindados com uma pequena participação da Kylie Minogue como a Fada do Absinto. Irresistível.
- Only Lovers Left Alive (2013)
Antes de mais nada, devo avisar: é uma história de vampiros. Mas é, também, moderna, profunda e lindíssima. Adam e Eve estão apaixonados há uma eternidade e nós podemos espreitar as suas vidas durante apenas um segundo da sua imortalidade. Porém, Tilda Swinton e Tom Hiddleston não são vampiros normais, acreditem. São a epítome do cool. É preciso uma mente aberta, admito, mas já que temos tanto tempo livre, vale mais abrir horizontes, não?
- Sleeping Beauty (1959)
Vou ser honesta: não sou capaz de fazer uma lista de filmes sem incluir um filme da Disney. Não foi nada fácil decidir qual, devo dizer, não só porque o catálogo Disney está bastante recheado, mas também porque há obras incríveis lá. Então, escolhi “A Bela Adormecida”, já que era o filme que via antes de adormecer todos os sábados, entre os 5 e os 10 anos (obrigada, Papá!). A Aurora foi a primeira Princesa que idolatrei e a Maléfica a primeira Bruxa (ou Fada Má, neste caso) de quem tive medo. É uma óptima maneira de juntar a família (incluindo os pequeninos e os Avós).
- The Royal Tenenbaums (2001)
Nesta espécie de comédia, seguimos três irmãos, que foram crianças e adolescentes prodígio e que, na idade adulta, lidaram mais com a frustração do que propriamente com o sucesso. Depois de anos ausente, o seu Pai regressa, à espera de reconciliação com a família e afirmando que tem uma doença terminal. Contudo, não é (só) a história que torna este filme digno de se ver, é toda a estética altamente personalizada de Wes Anderson: as roupas, os cenários, a fotografia, tudo é pensado ao detalhe e de uma maneira única. E não posso esquecer como a Gwyneth Paltrow tornou a Margot uma das personagens com mais personalidade da história do cinema.
- The Shining (1980)
Já todos vimos cenas do “The Shining” algures na nossa vida. Há alguém que nunca tenha visto o vídeo da música “The Kill” dos Thirty Seconds to Mars? Não me parece.
Bem, foi neste filme que se inspiraram. Este thriller clássico de Stanley Kubrick passa-se num enorme hotel, perdido nas montanhas do Colorado. Como, durante o Inverno, não tem clientes, Jack, a sua mulher o filho de ambos, Danny, ficam encarregues de tomar conta deste hotel, completamente silencioso e solitário. Até que, coisas estranhas começam a acontecer. Para os fãs de filmes de terror: não esperem grandes sustos de vos fazer saltar do sofá. Em vez disso, terão cenas perturbadoras e Jack Nicholson no seu melhor.
- Yves Saint Laurent (2014)
É o mais perto que teremos de uma biografia autorizada deste génio da Moda. O filme segue o jovem Yves da sua infância até aos dias na casa Dior e, depois, durante os altos e baixos de uma vida preenchida, incluindo a sua marca de alta-costura e a relação com Pierre Bergé. É um olhar cuidado e de extremo bom-gosto para a vida e espírito de um ícone cultural e uma das minhas referências.
Se quiseres uma perspetiva diferente, um bocadinho mais negra e crua, existe outra biografia, não autorizada (mas incrível, também), que se chama “Saint Laurent”.
We’ll always have Cinema (and Paris, once we can leave the house)
So, apparently the whole world is at home, for the next couple of weeks (at least!). And as it seems, everybody is struggling a little bit with what to do during this time. Luckily, there is one thing that can save us all from boredom: Cinema!
Yes, yes, this is the perfect opportunity to watch all those films we never had the time (or the mood) to watch. From Hollywood classics to the new ones, from musicals to thrillers, here are my all-time favourites.
- Breakfast at Tiffany’s (1961)
Audrey Hepburn is the charming Holly Golightly, the life of the party looking for someone delightfully rich to marry. However, things change a little bit when she meets the writer Paul Varjak. Somewhere between ambition and innocence, this Audrey classic is full of iconic scenes, timeless outfits (thank you, Givenchy!) and incredible songs (“Moon River” is quite something!).
- Call me by your name (2017)
Adapted from the book with the same name by André Aciman, this film is one of the most beautiful love stories of the last decade. We are in 1983, in northern Italy, and Elio, a prodigious seventeen-year-old, falls in love with Oliver, the American academic assistant of his father. If the incredible screenplay and the original soundtrack weren’t reasons enough to watch it, we still have Timothée Chalamet as Elio. Too good to be true.
- Funny Face (1957)
Another Audrey one, I know… But in “Funny Face” she has the company of Mr. Fred Astaire! How could I leave it out of this list? So, most of the action is set in Paris, where a well-known fashion photographer is trying to make a girl who used to work in a bookshop the star of a fashion magazine. It’s funny, light and makes you wanna sing along, just like any good musical from the Golden Era would.
- Funny Girl (1968)
Warning: it is another musical. This one is about the life of Fanny Brice, an actress and comedian from the beginning of the XX century. She is played by the magnificent Barbra Streisand and the soundtrack is just a-ma-zing! It makes you laugh, cry and wish you were around when Ziegfeld was putting on shows.
- Gentlemen Prefer Blondes (1953)
This absolute classic is the home of Marilyn Monroe’s most iconic scene of all time: “Diamonds are a Girl’s Best Friends” in that stunning pink dress. It’s a romantic musical comedy, stared by Jane Russell as Dorothy Shaw and, obviously, Marilyn Monroe as Lorelei Lee, two showgirls looking for love (or just diamonds, really, in the case of Lorelei). It’s the perfect way to end (or to start) a boring day!
- Joker (2019)
As not a fan at all of comic books or superhero movies, I can honestly say this “Joker” is a masterpiece. Even if you don’t know (and don’t wanna know) anything about Batman, the story of Arthur Fleck is one worthy to discover. In a world filled with violence and indifference, a mind always on the edge of danger starts to rebel. It’s even hard to see, sometimes. But Joaquin Phoenix is just perfect. As well as the soundtrack and the cinematography.
- La Vita è Bella (1997)
Well, considering that I am trying to dig into the Italian culture, I reckon it makes sense not to forget the first ever Italian film I have ever seen. I am pretty sure I did not understand a lot of things in it (because I was actually a child), but I cried so hard I never had the courage to watch it again. Nevertheless, it is an incredible and inspiring story: in the middle of the Second World War, the Jew Guido and his small son are taken into a Nazi concentration camp. As hard as it gets, Guido always finds a way to make his child believe everything is just a big fun game. Suited for this time, han?
- Little Women (2019)
The story of the March sisters is widely known and it is not the first time the novel by Louisa May Alcott is adapted to the screen. It’s pretty much a very good reflection about the role of women in society, family relationships, love and life choices. And, in this particular case, is supported by some incredible performances and a brilliant screenplay. Perfect for a family night on the couch!
- Mary Poppins (1964)
London, 1910. A father of two is looking for a nanny. However, he just wasn’t excepting she would come with the wind, in a flying umbrella. Simple Disney plot, combining live-action with animation, which was something very innovative for that time, “Mary Poppins” is a treasure. Julie Andrews and Dick Van Dyke take us on a ride we will always remember. Practically perfect in every way.
- Mommy (2014)
Written and directed by Xavier Dolan, “Mommy” is a real-life drama of a Mother trying her best to raise her difficult son. It’s intense, emotional and powerful, but it is worth every single second.
- Moulin Rouge! (2001)
I cannot be sure how many times I’ve seen “Moulin Rouge!”, but the fact that I know (almost) every single line by heart may give you a hint on that. Everything about this Baz Luhrmann universe is captivating, mesmerising and absolutely crazy. An innocent and young British poet finds himself in the dark and shady Montmartre, in the 1900 Paris. He falls in love with Satine, the star of the Moulin Rouge, played by Nicole Kidman. The soundtrack is made up of medleys and different versions of pop/rock classics and we also have a small appearance of Kylie Minogue as the absinth Fairy. Priceless.
- Only Lovers Left Alive (2013)
Before anything, I must say: it’s a vampires’ story. But it’s also stylish, thoughtful and extremely beautiful. Adam and Eve are in love for more than a hundred life-times and we are just allowed to sneak peek into a tiny period of their immortality. But Tilda Swinton and Tom Hiddleston are not just regular vampires, believe me. They’re the epitome of cool. It requires an open mind, that’s for sure, but then again, we have a lot of time to spare, so we might as well open our horizons, right?
- Sleeping Beauty (1959)
I couldn’t possibly complete this list without a proper Disney film. It was not easy to decide, I must say, not only because the list to choose from is huge, but also because there are remarkable pieces of art there. And so, I picked “Sleeping Beauty” since I watched it to fall asleep pretty much every Saturday from 5 to 10 years-old (thanks, Dad!). Aurora was the first Disney princess I loved and Maleficent was the first witch (Evil Fairy, in this case) I was afraid of. It’s a beautiful way to gather the family (little ones and Grandpas included).
- The Royal Tenenbaums (2001)
It is kind of a comedy that follows three gifted siblings, extremely successful in youth, but not so fruitful in adulthood. After leaving the family years ago their father returns, hoping for reconciliation and claiming he has a terminal disease. But it’s not (just) the story that makes this film worth watching, it is the whole Wes Anderson aesthetics: the costume designs, the sets, the cinematography, everything is exquisite. And let’s not forget Gwyneth Paltrow as Margot, in one of the stylish characters ever.
- The Shining (1980)
We all have seen some of “The Shining” scenes somewhere in our lives. Is there anyone who has never seen Thirty Seconds to Mars’ video for “The Kill”? I don’t think so.
And this is where they took inspiration from. This Stanley Kubrick classic thriller sets in a dark and lonely hotel, in the mountains of Colorado. Jack, his wife and their son Danny are supposed to spend the winter taking care of the closed hotel, but strange things start to happen. For horror films fans: don’t expect crazy big scares. Instead, you’ll have disturbing scenes and Jack Nicholson at his very very best.
- Yves Saint Laurent (2014)
This is the closest to an official biography of this fashion genius you can get. It follows young Yves from his childhood, to his days at Dior and then, through the ups and downs of his life, including his couture brand and his relationship with Pierre Bergé. It is a tasteful look into the mind of a cultural icon and one of my personal heroes.
If you want something a little bit darker and raw, there is also another biography, in this case unauthorized but extremely good, which is called “Saint Laurent”.
Mariana Faustino